Promotora imobiliária de origem belga vai estrear-se na cidade com um projeto assinado por Souto Moura próximo da estação de Campanhã.
NA Krest Real Estate Investments prepara-se para iniciar o desenvolvimento do seu primeiro projeto imobiliário no Porto, a 300 metros da estação de Campanhã, mas já com os olhos postos em novas oportunidades de investimento na cidade. A estreia da promotora de origem belga vai levar a assinatura do arquiteto portuense Souto Moura à zona oriental do Porto, num trabalho conjunto com o ateliê Metroube. O empreendimento alia habitação, escritórios, hotelaria e restauração.
Segundo o CEO da Krest, Claude Kandiyoti, a oferta residencial prevista para Campanhã está pensada para a carteira dos portugueses. "O objetivo é que seja acessível", diz. Embora não revele o valor do investimento, o responsável garante que outros se seguirão na cidade: "O mercado do Porto tem potencial para mais projetos da Krest", sobretudo de habitação.
A promotora belga, também presente em Lisboa e no Algarve, está apostada em "desenvolver novos conceitos de vida com base no conceito live, work and play na mesma área", ou seja, criar ambientes de trabalho de forma que os profissionais se sintam em casa e habitação de qualidade, com preços acessíveis, onde também seja agradável trabalhar, sublinha Claude Kandiyoti. Para isso, os projetos têm de obedecer a critérios de sustentabilidade, na linha ESG-Environmental, Social and Governance, de melhoria da mobilidade e de acesso à educação. A ideia é criar "novos locais, regenerando áreas fora da cidade".
"1500 casas em Lisboa"
Em Lisboa, a Krest está a construir um empreendimento de luxo de grande escala, o Jardim Miraflores, que deverá ficar totalmente concluído no início de 2023. Como explica Claude Kandiyoti, são três edifícios residenciais, com condomínios privados e piscina, rodeados de jardins, que integram um total de 120 apartamentos, com um preço médio de 4500 euros por metro quadrado.
No segmento dos escritórios, a empresa iniciou no mês passado a construção da K-Tower, no Parque das Nações. Esta torre terá 14 andares e um espaço comercial no piso térreo, com uma área de cerca de 15 mil metros quadrados, e irá obedecer aos requisitos de certificação sustentável Breeam. Uma das características do projeto são as fachadas de vidro com proteção solar dedicada.
Na capital, a Krest tem um ambicioso plano na área da habitação. Segundo o CEO da empresa, "há alguns projetos importantes em desenvolvimento, mas ainda é um pouco cedo para revelar - estamos a planear 1000 a 1500 unidades residenciais em Lisboa nos próximos cinco anos".
Já no Algarve, na Quarteira, vai arrancar no final do ano com a construção do projeto Horizon, um investimento de 65 milhões de euros. São dois condomínios residenciais fechados, com piscinas, jardins privativos e terraços, num total de 129 apartamentos, que deverão estar concluídos para o verão de 2024. Ainda este ano, a Krest prevê terminar o empreendimento Lakes 24, em Vilamoura, comercializado já a 70%.
O grupo Krest apostou no setor imobiliário português em 2014, mas há mais de 25 anos que conhecia o país devido às suas origens na indústria têxtil. A carteira de investimentos em Portugal ascende a 200 milhões de euros.