Krest aposta no porto e margem sul, onde terá o “maior projeto” em portugal

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Investimento da promotora belga no país já supera os 200 milhões de euros, segundo revela o CEO, Claude Kandiyoti, ao idealista/news.
Tudo começou com a construção de um armazém em Paços de Ferreira, em 2010. Seguiu-se a compra, em hasta pública, de um portefólio de 11 imóveis ao Estado e, depois, de dois terrenos no Parque das Nações, em Lisboa, onde estão a nascer um hotel e um edifício de escritórios. A aposta no residencial surge com o Jardim Miraflores (nos arredores da capital) e com dois empreedimentos no Algarve. A próxima aposta da Krest Real Estate Investments em Portugal passa pelo Porto e pela Margem Sul de Lisboa, revela ao idealista/news Claude Kandiyoti, CEO da promotora belga. E são vários os projetos que tem na calha.
“Agora estamos sempre um passo à frente do mercado”, conta o responsável, adiantando que a Krest está em Portugal “a longo prazo”. “Estamos a investir no Algarve, no Porto e na Margem Sul de Lisboa. O mercado imobiliário agora não é só localização, localização, localização, mudou muito nos últimos cinco, seis anos. Hoje é preciso encontrar localizações que tenham um potencial que mais ninguém vê. Criar um conceito à volta de um projeto e operacioná-lo, o que faz com que o nosso trabalho tenha de ser mais criativo, mais complexo e também mais caro”.
O segredo passa, então, segundo o gestor, por estar atento a todas as oportunidades existentes no mercado e agir rápido, muito rápido. Foi isso que aconteceu no terreno que a promotora está em vias de comprar na Margem Sul do Tejo e nos projetos previstos para Invicta. Sem revelar grandes detalhes sobre os mesmos, Claude Kandiyoti acaba por abrir um pouco o baú, mas promete anunciar novidades em breve.
"Agora estamos a olhar para a outra margem de Lisboa. Esse é o nosso ‘target’. Estamos prestes a fechar um projeto muito importante e que vai mudar muita coisa (...). Será o nosso maior projeto em Portugal. Estamos a falar de cerca de 300.000 m2. Será um ‘mix’ de segmentos, sendo que de residencial serão cerca de 150.000 m2”
“Agora estamos a olhar para a outra margem de Lisboa. Esse é o nosso ‘target’. Estamos prestes a fechar um projeto muito importante e que vai mudar muita coisa. Neste momento, percebemos claramente, porque já conhecemos o mercado, quais são as necessidades e quem procura o quê em Portugal. O que queremos, o nosso objetivo, é trazer ao mercado mais casas acessíveis e para a classe média. A ideia é conseguirmos desenvolver alguns milhares de unidades nos próximos cinco, seis anos. Isto na Margem Sul, que é uma região com muito potencial. A qualidade de vida é melhor e o custo de vida é menor. Localizámos uma área na qual vamos investir, sendo que iremos anunciar o projeto em meados de abril. Estamos a finalizar agora toda a papelada”.
Quando questionado sobre a dimensão do projeto, responde de forma clara: “Será o nosso maior projeto em Portugal. Estamos a falar de cerca de 300.000 metros quadrados (m2). Será um ‘mix’ de segmentos, sendo que de residencial serão cerca de 150.000 m2”.
Sem levantar muito o véu, o CEO da Krest diz estar atento à realidade e necessidades do mercado imobiliário nacional, frisando que é importante atrair pessoas para os arredores das cidades, como é o caso. “A educação é importante, teremos de criar novos ‘hubs’ de educação, atrair pessoas. Uma dinâmica que abrange vários segmentos. E para abdicar da localização, localização, localização há que criar mobilidade, melhores e mais fáceis acessibilidades, conetividade, educação e preços acessíveis. A ideia não é estar isolado, é ter acesso a tudo”.

DE OLHOS POSTOS NO PORTO E... NA CAMPANHÃ

A promotora belga está também muito atenta – e interessada – ao mercado imobiliário do Porto. Ia, de resto, apresentar o seu primeiro projeto na Invicta no MIPIM, que era para decorrer entre 10 e 13 de março de 2020 e foi adiado para o início de junho devido ao coronavírus. Trata-se de um terreno localizado muito perto da estação de comboio da Campanhã, para onde está pensado um projeto de uso misto, que será um espaço multifacetado e agregador de dinâmicas ecológica, criativas e colaborativas, sustentado numa identidade urbana inovadora. Sobre este projeto no Porto, e voltando a mostar reservas em dar detalhes sobre o mesmo, Claude Kandiyoti limita-se a dizer que a Krest comprou o terreno em causa há já quatro anos. “Acredito que a zona da Campanhã é o sítio e que responde à necessidade existente na cidade. É um ‘mix’ entre escritórios e residencial. Não posso adiantar mais [sobre o projeto], porque não tenho mais informação. Sei quanto custou o terreno, claro, mas não posso revelar”. "Quando vi os terrenos junto à estação da Campanhã não vi ou pensei num hotel ou em escritórios, vi mobilidade. Essa foi a minha visão" Mas estamos a falar de um projeto que dará uma nova vida à Invicta? “A zona é espetacular. Para nós, Krest, a potencial qualidade do projeto é que é essencial. Quando vi os terrenos junto à estação da Campanhã não pensei num hotel ou em escritórios, vi mobilidade. Essa foi a minha visão. E disse à minha equipa que tínhamos de ter aquele espaço custe o que custar”, conta, acrescentando que a zona da Campanhã tem um problema que está relacionado com o ‘masterplan’, com o Plano Diretor Municipal (PDM) da zona: “Deverá ser apresentado em julho de 2020, mas era para ter sido apresentado em julho de 2019, ou seja, um ano de atraso”. Este não é, no entanto, o único projeto que a Krest tem em vista para a Invicta. “A aposta no Porto não é para o futuro, é para agora, para o presente. Temos vários projetos em vista, mas ainda não estão fechados. Estamos a falar de dois projetos residenciais e de um hotel, um Moxy Hotel, como temos em Lisboa [no Parque das Nações, junto à K-Tower]”.

PROJETOS NO ALGARVE, EM VILAMOURA E QUARTEIRA, DE 70 MILHÕES

Uma das vantagens da Krest em Portugal, em relação à concorrência, passa pelo ‘know how’ que a promotora tem do país e do próprio segmento imobiliário, o que faz com que esteja atualmente “sempre um passo à frente do mercado”. “Quando ninguém investia em escritórios, nós investimos [K-Tower], quando ninguém investia nos arredores de Lisboa, nós comprámos o Jardim Miraflores, quando ninguém apostava no Porto, nós comprámos o terreno na zona da Campanhã”, conta. "Ao todo, o investimento da Krest em Portugal já supera os 200 milhões de euros" Outra das geografias onde a Krest está a investir é o Algarve, onde está a promover dois projetos residenciais, um na Marina de Vilamoura com 24 apartamentos, e outro na zona de Quarteira com 134 apartamentos. “O Lakes 24 Vilamoura está em construção e está quase todo vendido, cerca de 80%. E os compradores são todos estrangeiros. Nestes dois casos são produtos para a classe alta, mas ainda assim os valores são inferiores aos de mercado: a partir de 4.800 e 5.000 euros por m2. Já o projeto Forte Novo, junto à praia, ainda não está a ser comercializado”. Em causa está um investimento, nestes dois projetos, de 70 milhões de euros, revela Claude Kandiyoti. “Ao todo, o investimento da Krest em Portugal já supera os 200 milhões de euros”, conta.